Prece da Noite

São as minhas preces. As minhas perguntas feitas para o alto. São os meus segundos parado, perdido entre os raios do sol que se debruça no horizonte. É quando caminho na praia sozinho molhando os pés e os olhos. Deixo o sol bater na cara e esqueço tudo que me faz mal. Seguindo com o último aceno ao portão antes de dobrar a esquina. E lembro das risadas que me fizeram chorar ao lado do meu irmão. Então é a vida que escolhi fazer sem ter medo das minhas pegadas. Mesmo nos tropeços e nas coisas que pintei fora de linhas tão bem desenhadas. Vejo no espelho pequenas marcas, sinais no rosto. Lembro de gente que não erra nunca… e isso me parece tão insosso! Pego as filas e pago em dias. Vivendo sem conseguir odiar ninguém. Tinha algo na cabeça a um segundo e de repente… não consigo mais lembrar! Comecei a tentar fazer o que tanto pedia: não exigir tanto de mim! E descobri um estranho prazer na solidão desses dias. Um ritual por trás de uma xícara de café em um dia chuvoso. E vejo então tudo diferente. As páginas marcadas nos livros que estão de molho. Uma nova casa, uma nova vida… e um silêncio novo.

Deixe um comentário